quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Deusa do amor

Ouvi de longe um canto suave, encantador, envolto de doçura e mágica. Um tom calmo e enfeitiçador.
Não bastou muito para envolver-me e despertar meu interesse em segui-lo.
Caminhei com passos leves, desconfiados e com um ouvindo atento, apurado. Um efeito sonoro que jamais ouvi antes.
A vi sentada bem perto de um caminho montanhoso, vasto de verde com um céu aberto.
Era um cenário alucinante e impecável.
As belezas se confundiam: mulher, voz e natureza.
Parei perplexo a uma certa distância e já não tinha mais sequer consciência de mim.
Veio em minha direção, ainda cantando e não movi absolutamente um dedo.
Foi a primeira vez que lábios quentes e misteriosos encontravam os meus.
Lábios rosas atraentes, apaixonantes, doces e atrevidos.
Estava dominado por aquela mulher e a queria naquele instante para o resto da vida.
Seu canto invadiu meus ouvidos com seus lábios macios, e dominou meu corpo imóvel.
Num piscar de olhos repentino me vi sozinho.
Belisquei minha pele na tentativa de acordar de um possível sonho.
Apenas me auto judiei.
Era incrivelmente real.
A procurei por todas as partes e nenhum rastro ou pista.
De fato ela se foi.
Um reino a esperava logo ali, em cima dos meus olhos e distante das minhas possibilidades humanas.
O Olimpo era o seu recanto e mal podia acreditar que caí em seu encanto majestoso.
Adeus, Afrodite, meu coração não é mais meu. Levou consigo.
Cante, por favor cante mesmo que distante, mesmo um instante.
A ouvirei com todo o meu amor.

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