segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O pequeno grande Thomas

Thomas não via a hora de chegar o seu dia preferido do ano. Ele contava nos dedos os meses que faltavam a cada um que terminava. Perturbava a mãe e o pai e sempre tinha a resposta na ponta da língua, quando seus amiguinhos perguntavam do que ele mais gostava no mundo: o Natal.

- O Natal? Hahaha, você é maluquinho! Eu gosto de futebol!

- E eu de vídeo-game!

- Sabe o que eu gosto mais? De ver tv, passear, brincar com meus amigos.

Thomas sempre ouvia coisas desse tipo em resposta. Ele apenas sorria e dava de ombros.

Ele era fascinado pela magia natalina. Obrigatoriamente, na primeira semana de dezembro enfeitava sua casa. A árvore, o presépio, as meias, os pisca-piscas. Papai Noel já não existia pra ele. Não fisicamente como um dia, quando crianças, achamos que ele existe, mas ninguém, absolutamente ninguém podia interferir na sua imaginação e nos seus pensamentos. Nesses lugares o bom velhinho era mais vivo que qualquer um.

Thomas adorava ver o brilho nos olhos da família durante a ceia, ao brincar de amigo oculto e quando meia noite todos eram infinitamente afetuosos.

Mas por que ele era desse jeito, tão amante do Natal e tão radiante nos preparativos e no dia? Porque Thomas sabia que aquele era um dia, um único dia no ano em que ele podia ver a felicidade em forma concreta. Porque ele sabia que sempre se lembraria de algum fato daquele dia, seja por um presente marcante, por uma comida gostosa, por um tio chato ou bêbado, ou simplesmente pela reunião que ele tanto amava poder participar. Infelizmente o natal não poderia e estender para o resto do ano, então ele fazia questão de preparar tudo nos mínimos detalhes, milimétricamente bem feito pra nunca mais esquecer e sempre manter aquele amor vivo dentro dele.



Feliz Natal a todos os meus leitores!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Jacinto

Jacinto
Já sinto dor e agonia
Tristeza e melancolia, Jacinto
Já sinto insegurança, inquietude 
E perda de lembrança
Jacinto
Já sinto o som da porta fechando
Dos meus olhos escurecendo
Do seu nome se apagando
Já sinto, Jacinto
Jacinto
Já sinto meu cinto afrouxando
Meu carro batendo
Minha vida acabando
Já sinto tudo se reduzir a pó

O mundo acabar
Nosso sofrer e nosso penar, Jacinto
Já sinto, Jacinto
Nosso castelo de areia desmoronar
A água do mar secar
Já sinto minha perna cambalear
E o nosso caminho se descruzar
Já sinto
Jacinto.