quinta-feira, 31 de julho de 2014

A zona das gavetas

Eu queria ter todas as minhas gavetas arrumadas e o coração calmo. Todas as roupas dobradas, separadas e bem dispostas. Todos os medos sanados e todas as fraquezas passageiras. Mas a gaveta sempre dá um jeito de voltar àquela bagunça rotineira de quem não tem tempo de cuidar de absolutamente, nem da vida. E fica tudo assim, jogado, bagunçado, confuso. Pares de meias errados, cuecas emboladas com camisas, uma zona. E a vida vai virando um caos. Vai virando um cão. E as mesmas mãos que tentam arrumar a bagunça da gaveta, vão à cabeça em tom de preocupação. E quando não couber mais roupas? E quando não tiver mais saída? Um armário novo, talvez? Uma mudança de caminho? E quando os questionamentos não conseguem ter respostas? E quando tudo parece não ter sentido e nada parece ser tudo? A gente continua arrumando as gavetas, a gente continua vivendo, esperando que um dia a rotina daquilo que se permite ser rotineiro finalmente aconteça.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Permita-se

Eu podia crer que isso não ia acontecer.
Que eu não ia me apaixonar pelos seus olhos e que não ia sequer querer ver o teu sorriso um milhão de vezes.
Eu podia crer que isso não ia acontecer.
Que eu não ia desejar estar com você o tempo todo e que na minha cabeça você sequer existira.
Eu podia crer. Podia.
E o pior eu ainda nem te contei: se o mundo acabasse hoje, você que eu queria segurando a minha mão.
Então olha pra mim. Se você permitir, eu digo pra sempre.