Estava pensando em te conquistar. Mesmo sendo imprevisível. Mesmo sendo dissimulado. Mesmo estando do outro lado.
Estava querendo uma chance pra nós, um momento a sós.
Estava desfrutando o sabor dos teus beijos e teu toque em imaginação.
Estava comprando as passagens, quase o avião. Mesmo assim não deixei de viajar.
Não parei de te desejar. Mesmo sendo uma mentira. Mesmo sendo uma tragédia anunciada.
Surfei, peguei a onda na crista. você minha prancha me manteve em pé até quando foi conveniente. Minutos. Caí. Não. Você me empurrou.
Como na capoeira: um golpe, uma rasteira. Uma aqueda.
Caí de mal jeito no mar. Doeu. Sorte que sei nadar. Sorte que o fundo não era tão longe do raso.
Meu avião decolou, mas forcei o pouso.
Em terra firme, já posso me rearrumar.
Estava pensando em te conquistar.
Estava só pensando.
domingo, 18 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Janela da alma
Eu vi uma janela no olhar de uma criança
Eu vi em seu rosto uma esperança
De mudar o que parecia impossível
Eu vi um ser indefeso
Intocável e ileso
De qualquer culpa e afins
Eu vi uma janela no olhar de uma criança
Um suspiro de dor com sabor de vingança
E um semblante inesquecível
Eu vi um tamanho desprezo
Sem causa e efeito
Que pôs em prantos o meu peito
Eu fui uma criança
Com olhar de esperança
Sede de vingança
Dor e mágoas
Que tanto transbordavam em lágrimas
Dignas de uma infinita fraqueza
No espelho hoje eu vejo
Um adulto acabado
Um ser maltratado
Pelo desamor de um pai amaldiçoado
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